20/10/2011

contemporaneidade improvisação fé


O personagem tem origem no movimento. Só. Do gesto não pensado. Do movimento espontâneo que existe antes de ser. Não há programação mental para elaborar um lugar, um acontecimento, sentimentos, seres vivos, enfim.
Deixar que o próprio gesto se apresente com uma alma, independente da alma do ator.
Ao lançar-se na improvisação vive-se integralmente o processo. Responde-se as perguntas propostas em toda e qualquer leitura.
Conecta-se na sua contemporaneidade e no que ocorre no espaço em que se está presente. É viver intensamente o presente. Sentir-se vivendo esse presente. Na há exclusão de nada que venha a ser evocado na própria identidade: história e memória aproximando-se das mais frouxas e das mais tensas sensações.
Sair para o jogo disponível e consciente do corpo sensorial, perceptivo, emocional, de arquivos múltiplos e acompanhados de suas respectivas referências.
Fazer do gesto, da intuição, da sensibilidade, dos estímulos o máximo de repertório nas formas e conteúdos que trafegam nas informações plurais de fortuitos encontros.
A mesma contemporaneidade é que, também, permite se estar e ser sem passado e futuro. Estar no tempo é estar na ação e ter plena consciência disto. Ação (fluxo), pausa (repouso). O tempo de fingir é o tempo de fazer de verdade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário